nuances, camadas e bebedeiras

Quando mais nova eu tinha cores de azul-contente. Que fase. Só em terras tupiniquins o azul seria felicidade para alguém. Lá em cima I’m feeling blue não pega bem. É triste. E melancólico. Talvez eu tenha confundido as cores quando menina; meu azul-contente não era o céu da cidade pequena nem a brisa do outono: era a melancolia pintada de todas as cores sujas que uma alma pode ter. Não era azul-contente. Era azul-askov-blueberry barato; embriagava o corpo de enganos fúteis e fingia alegrias que não existiam. De fato, contentamento nunca foi felicidade. E vodka sempre me dá dor de cabeça.

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