sobre incômodos e sonhos apocalípticos

bruna ou inaraí
1 min readJun 30, 2020

Eu não sei como vim parar aqui. Não sei em que momento olhei para este espelho e vi a realidade intocável. Não sei. Em que momento encontrei com meu outro eu? Em que momento ela me sussurrou um futuro absurdo, o qual recusei-me a validar. Ela me avisou. “Eu sabia que o mundo iria acabar”. Não, não é bem assim. Eu não sabia. Era uma dessas conjecturas simples e lógicas, sobre as quais os filósofos debruçam-se anos. Óbvio. Este espelho está muito sujo. A imagem sempre me parecerá distorcida. Os eus de mim sussurram letras atrevidas. Eu os silencio. Quiçá acalmo. Inquietos que são me perpetuam segredos gritados pelos quatro cantos do mundo. “Há segredo nenhum. A receita para a desgraça é o descaso”. Ah, eus de mim, de que me adianta sentir o fim do mundo e não poder evitá-lo?

Ou posso?

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